EFEMÉRIDE

Órgão de Tubos inaugurado com concerto

Efeméride

ENORME AVENTURA. Com uma cerimónia religiosa, a que se seguiu um concerto, a cargo do organista Franz Josef Stoiber, foi inaugurado em 2005 (primeiro domingo de fevereiro) o órgão de tubos da Igreja Matriz de Vagos. Com o templo à «cunha», e na presença de muitos jovens, foram postas à prova as virtualidades daquele «instrumento de cultura», neste primeiro concerto centrado nas obras de Johann Sebastian Bach e Felix Mendelssohn.
Especialista na improvisação, Franz Stoiber, que atuou com agrado e entusiasmou a assistência, fez os cursos de Música Sacra e Composição na Escola Superior de Wurzburg, é desde 1997 professor de órgão no Coro da Catedral de Regensburg. Foi nomeado, em 2003, professor catedrático em Órgão (Composição Litúrgica e Improvisação), na Academia de Música Sacra e Educação Musical de Regensburg, da qual era reitor.
De características clássicas, o órgão de Vagos (opus 187) é de madeira maciça, e possui 19 registos, distribuídos pelo grande órgão, pelo positivo e pela pedalaria. Possui Voix Céleste 8’, um registo ondulante e expressivo, para além de um registo de palheta (trompete 8’), de som festivo e solene. O órgão foi construído pela Oficina de Organaria de Georges Heintz, alemão nascido na Alsácia, que tinha na Europa, a par das paróquias do seu país, vários outros clientes em França, Áustria, Suécia e Finlândia. Em Portugal, era responsável pela instalação do órgão de tubos, na Sé de Leiria e na Igreja de Nossa Senhora da Conceição (Porto), e agora também em Vagos, onde os trabalhos de afinação estiveram a cargo do mestre Klaus Schleinitz.
Com um custo final de 180 mil euros (cerca de 36 mil contos), verba assumida na totalidade pela direção do Coral Litúrgico de S. Tiago, presidido por Mário Rui Mateus, quando foi inaugurado ainda não estava integralmente pago. «Para saldar a dívida ainda faltavam cerca de 36 mil euros», confirmou, na altura, aquele dirigente.
Na sua mensagem, o então presidente da câmara felicitou os munícipes, e em particular aqueles que fizeram parte «desta enorme aventura». Congratulando-se com a intenção da compra, levada a cabo pelo Coral Litúrgico, Rui Cruz reconheceu, ainda, que «a dimensão e o desafio» que o órgão de tubos iria dar à cultura local, tinha tal magnitude «que nunca a Câmara Municipal poderia ficar indiferente». Acrescentaria que «são também estas coisas que trazem consigo enriquecimento pessoal, o progresso e o bem-estar geral». De referir que, na sua última reunião, o Executivo camarário viria a aprovar a atribuição de novo subsídio, no valor de 10 mil euros, destinado a custear a aquisição do novo órgão.

Eduardo Jaques

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