Não sou nada disto. Quem me conhece bem saberá que não alinho em jantares de inúmeras mulheres que não se juntam para festejar todas as conquistas que tivemos, mas que gritam de modo ensurdecedor como se fosse o seu dia de libertação. Não, não é provável verem-me por aí numa qualquer sessão de strip masculino a aguardar receber a sunga de um musculado.
O meu orgulho pelo ser Mulher é bem mais profundo. Um ser que concebe outro ser, que o carrega em si e o ama desde o primeiro momento, conhecendo-o sem o conhecer. Imaginando as suas as suas feições e temendo errar como protetora. É um Ser de Respeito e veneração.
Mulher, aquele Ser com uma capacidade extraordinária de sentir. Sentir o que os outros não veem e ver para lá do que os outros alcançam. Aquele ser com imensas mãos que consegue fazer inúmeras tarefas ao mesmo tempo e que se consome pelo que fica por fazer.
Mulher, aquela que durante muitos anos não tinha direitos e que parece, não raras vezes, pedir para ser igual. A mulher não é igual. É Mulher. Com os predicados e as especificidades que a caracterizam.
A Mulher não tem que ser Mãe, nem tem que ser Chefe, para ser devidamente considerada. Não tem que se esconder nem temer ser ouvida, porque a sua voz deve ecoar naturalmente. A sua sabedoria não tem que ser exaltada como se fosse algo excecional. Não devemos querer qualquer discriminação positiva por sermos Mulheres. Devemos reclamar quando, fruto do nosso trabalho e empenho não formos justamente consideradas como ser humano.
Gosto muito de ser Mulher. Reconheço que o Mundo ainda não deu as voltas todas para que sejamos vistas e ouvidas e que ainda estamos um pouco na sombra. Cabe-nos também puxar os holofotes para nós e sabermos reivindicar atenção.
Já agora, parabéns ao Ser Humano, Homens e Mulheres.
Teresa Gaspar
Mesária