EDITORIAL

Um concelho de luto por uma vereadora “próxima das pessoas”

Editorial
Há poucas palavras certas a dizer, ou a escrever, quando se trata de uma morte, porque é tudo tão pouco, e tão vazio, quando uma vida termina. E nada lhe faz jus. Mas a dor, a consternação e a tristeza catapultam palavras. Na sua maioria, no caso de Susana Gravato, de admiração por si – sem esquecer as de indignação, pelos contornos da sua morte. Mas foquemo-nos, aqui, pelo menos, na beleza dos testemunhos que brotaram, em todos os cantos das redes sociais, quando a partida precoce da vereadora da Câmara de Vagos foi tornada pública.
Susana Gravato, de 49 anos, era licenciada em Direito e exerceu advocacia até integrar o executivo municipal, onde detinha os pelouros da administração central, do ambiente, da proteção e saúde animal, da justiça, da coesão e maioridade e da saúde. E tomou a causa pública como sua, integrando movimentos políticos ainda antes de assumir funções autárquicas. Deixaria o cargo em poucos dias – quando os novos órgãos eleitos tomassem posse –, para se dedicar, de novo, à profissão de advogada. Mas, a contar pelo trabalho que fez junto das pessoas, dificilmente abandonaria a comunidade vaguense. Susana Gravato era, realçou o município numa nota de pesar sentida, uma autarca que se “destacou pela dedicação ao serviço público, pela proximidade às pessoas e pelo compromisso com o desenvolvimento do concelho”.
Várias associações, instituições e Juntas de Freguesia de Vagos escreveram notas de pesar pela morte de Susana Gravato. Mas, além disso, foram incontáveis os testemunhos pessoais de membros da população, que com ela privaram ao longo dos anos. Recordam-lhe, em palavras – as tais que brotam com a tristeza e com a dor –, o jeito afável, a amabilidade, a disponibilidade, a boa disposição e o sorriso. Agradecem-lhe pela amizade e pelo trabalho prestado. Despedem-se. Porque há poucas palavras certas a dizer, ou a escrever, quando se trata de uma morte, mas, às vezes, só restam mesmo as palavras.
O Eco de Vagos junta-se aos agradecimentos pela dedicação de Susana Gravato, no seu trabalho em prol do município, em prol da causa pública. E endereça, desta forma, simples, mas sentida, condolências sinceras a todos os seus familiares e amigos, assim como aos colegas que com ela trabalhavam. Um abraço de força, a todos.
Salomé Filipe
Diretora do Jornal

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