Rafael Ferreira está a ser julgado pela morte de Arelys Rojas, que foi assassinada em agosto do ano passado, na Quintã
Rafael da Silva Ferreira, o homem, de 46 anos, que alegadamente matou a mulher, Arelys Rojas, de 36, na casa onde ambos viviam, na Quintã, em agosto do ano passado, começou a ser julgado, no início de maio, no Tribunal de Aveiro. Apesar de inicialmente se ter mantido em silêncio, o arguido acabou, depois, por alegar ter agido em legítima defesa, após uma discussão motivada pelo facto de Arelys lhe ter contado que mantinha uma relação amorosa, em segredo, com o genro.
Segundo o jornal Correio da Manhã, o genro, no tribunal, confessou o relacionamento amoroso com a sogra, Arelys. E esse foi o motivo que Rafael Ferreira apresentou ao coletivo de juízes como justificação para a violenta discussão que, no dia do crime, teve início entre o casal – ela de nacionalidade venezuelana, ele de nacionalidade portuguesa, tendo vivido a maior parte da vida na Venezuela.
Arelys Rojas foi dada como desaparecida pelo próprio marido, que, inicialmente, garantiu aos militares da GNR que a mulher havia ido tomar café com uma amiga, mostrando-se preocupado pela mesma não ter regressado a casa. Só ao fim de quase uma semana, a 22 de agosto, é que a Polícia Judiciária de Aveiro viria a deter o homem, como suspeito do homicídio de Arelys Rojas, que indicou o local onde havia enterrado o corpo da vítima, num pinhal, junto ao Estradão da Lomba.
Arelys foi assassinada com 13 facadas, na casa onde vivia com o marido. Segundo o Correio da Manhã, vários golpes foram desferidos nas costas da vítima. Mas Rafael, aos juízes, terá garantido que a primeira facada foi acidental, quando se tentou defender, uma vez que a esposa estaria a tentar atingi-lo com uma faca, ameaçando-o de morte ao mesmo tempo.
De acordo com a acusação do Ministério Público (MP), a imigrante venezuelana foi morta no quarto da moradia, depois de Rafael ter entrado no compartimento e ter visto uma mala com roupa da mulher, em cima da cama. Depois, o homem terá embrulhado o corpo da vítima – já sem vida – num cobertor, colocando-o na sua carrinha e deslocando-se para o pinhal. O MP assegura, ainda, que a carteira e o telemóvel de Arelys foram atirados para a água, no rio Boco, e que a mala de viagem, o cobertor, uma alcatifa suja de sangue e a arma do crime foram colocados, pouco depois, num contentor do lixo próximo da casa onde o casal vivia.
Rafael Ferreira, que se encontra em prisão preventiva, está acusado dos crimes de homicídio qualificado e de ocultação e profanação de cadáver.
S.F.