OPINIÃO

ORGULHOSAMENTE DE ESQUERDA

Opinião

O Partido Socialista, nos 8 anos em que foi o responsável pelo Governo de Portugal, retomou diversas políticas, algumas de natureza estrutural, que se encontravam adormecidas. Contudo, não se trata de um caminho acabado, pretendendo continuar a responder a um sem número de questões, muitas deles com impacto nos jovens, lançando as sementes para um futuro próspero, sendo necessária Mais Ação para a sua implementação financeiramente responsável.
Na Habitação deu-se início a um levantamento dos imóveis do Estado que se encontravam desocupados, à construção de um parque público de habitação (que também marca presença em Vagos) que conta já com 32 mil casas, sendo também lançado um apoio à renda que abrange 230.000 famílias. Mas é preciso Mais Ação e propusemo-nos a criar uma garantia pública no crédito à habitação até aos 40 anos de idade ou até reforçar o programa Porta 65, abrangendo mais casas e mais jovens. No Emprego e nos Salários, foi criada uma revolução no mercado de trabalho com a Agenda do Trabalho Digno, conseguimos reduzir a taxa de desemprego de 12,7% em 2015, para 6,5% em 2023. O salário médio subiu de 1179€ em 2015, para 1505€ em 2023, subindo mais de 25% neste período, correspondendo a uma valorização real de 8,4%. Na Economia, Portugal tem-se tornado um local atrativo para o investimento estrangeiro, no qual se inclui a mão de obra qualificada, sendo que, no período 2015-2023, o investimento direto estrangeiro em Portugal cresceu mais de 45%. Contudo, é necessário Mais Ação para que a economia continue a prosperar, lançando uma estratégia industrial para a identificação dos setores onde é mais importante a intervenção do Estado, para que traga benefícios a todos. No Ambiente evoluímos com a aprovação da Lei de Bases do Clima, com o desenvolvimento da ferrovia e da mobilidade verde. A evolução continuará se apoiarmos a economia circular, os setores não poluentes ou a melhoria da gestão do ciclo urbano da água.
E o que a AD teve para nos oferecer durante a campanha? Retrocesso civilizacional. Paulo Núncio foi o membro da AD que inaugurou as intervenções abomináveis em período de campanha eleitoral, defendendo a revogação da possibilidade de aborto. Para além disso gabou-se de, durante o governo PSD-CDS de Passos Coelho e Paulo Portas, ter dificultado o acesso ao aborto. Continuando a preferir a inexistência de cuidados básicos num momento de fragilidade emocional da mulher, preferindo que a mesma, para que obtenha o mínimo de condições, aborte em Espanha ou em alto mar, como muitas mulheres fizeram no barco da Women on Waves.
Eduardo Oliveira Sousa, cabeça-de-lista da AD por Santarém, tendo talvez se sentido inferiorizado pelas declarações de Paulo Núncio, decidiu menorizar as alterações climáticas e levantar sentimentos de milícias armadas.
Gonçalo da Câmara Pereira, o “fantasma da AD”, não tendo recebido autorização, por Luís Montenegro e Nuno Melo, para surgir no espaço mediático, decidiu fazer uma birra e, qual adolescente a desafiar a autoridade dos pais, decidiu vir a público defender um acordo com o Chega, algo que Luís Montenegro já tinha negado.
Estas declarações polémicas são, ao menos, uma espécie de termómetro, por parte da AD, para saber se os eleitores, mas sobretudo os seus apoiantes, concordam ou não com essas posições.
Finalizando, pese embora a discordância que separa o PS da AD, relembramos Mário Soares, desejando que Portugal prospere, porque antes de sermos socialistas somos portugueses.

Miguel Tarenta – Militante da JS Vagos

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