OPINIÃO

FALAR DO LIVRO “A SAFRA” OFERECIDO EM TEMPOS AO ECO DE VAGOS

O CANTINHO DE JOÃO FERREIRA
O livro é da autoria de Helena Lopes e Paulo Nunes Lopes (LIVROS HORIZONTE) e tem na capa uma cena à antiga, representando como era antigamente realizada a pesca na Vagueira, com homens guiando bois até ao barco que depois entrava no mar e era com homens a fazer mover os remos. O livro tem já numa das páginas interiores o nome da entidade ofertante, a Junta de Freguesia da Gafanha da Boa Hora. E na página interior tem também os nomes dos patrocinadores que foram a Câmara Municipal de: Aveiro, Leiria, Marinha Grande, Ovar, Vagos, Vila Real de Santo António e ainda os patrocínios da Fotimpor, Junta de Freguesia da Gafanha da Boa Hora, Mútua dos Pescadores, Região de Turismo do Centro, Região de Turismo Rota da Luz, dizendo ainda que os autores fotografaram com equipamento Olimpos. Vem também em parte do livro os agradecimentos ao sr. João da Murtosa e aos homens da sua companha e também vem publicada parte da vida deste homem que daria um filme. O livro tem dois mapas um referindo as companhas de 1886 e outro das de 1994, altura da publicação de “A SAFRA”. Em 1886 havia, segundo diz o livro ao lado do mapa largas dezenas de companhas, a começar em Espinho e a acabar em Monte Gordo. Quanto ao lado do segundo mapa, referente a 1994 já só havia companhas em 15 povoações que eram: Paramos-Espinho ,4; Esmoriz, Cortegaça e Macedo 10; Furadouro; Torrão do Lameiro 2 cada, vagueira e Areão ,9: Mira, 4. Tocha, 2, Costa Lavos, 2. Leiria, 1, Pedrógão, 2, Vieira, 5, Nazaré, 4, Caparica e Fonte da Telha, 17, e Meco, 7. Para o Algarve já não havia. No livro diz no PRÓLOGO, na página 7, referindo-se a julho de 1994 o seguinte: “Ao longo da costa portuguesa os pescadores da arte xávega continuam a enfrentar a rebentação do mar em barcos frágeis. Largam as redes perto da praia e cercam os cardumes que andam ali à borda de água. Depois puxam as redes para terra. Quando a coisa lhes corre bem repetem a operação cinco ou seis vezes. Mas só trabalham nisto de abril a outubro porque no inverno os barcos ficam parados”. Diz também, mais à frente: “Em finais do século XIX trabalhavam nas companhas de arte xávega mais de 7000 pessoas não contando o pessoal que ajudava a puxar as redes, as mulheres que carregavam o peixe e o vendiam pelos casais, os mercantéis, negociantes e demais que viviam à conta da pesca”.
Diz mais à frente no livro: “Nos anos 60 acabaram as companhas grandes. Depois os pescadores mandaram fazer barcos mais pequenos com dois remos. Depois meteram motores nos barcos e começaram a alar as redes com tratores. Hoje os homens só se agarram aos remos para passar a primeira linha de rebentação”. Isto em 1960 como se pode ler no PRÓLOGO, referente a julho de 1994. Na página 11 vêm palavras do sr. João da Murtosa que dizem: ” O pescador hoje tanto enche o saco como amanhã não enche. Lança uma rede e não sabe o que é que vem. Tanto pode vir muito como vir pouco. Até pode ficar lá uma rede, que a gente não sabe o que está no fundo do mar! E contra isso a gente não se pode matar. Embora as nossas tripas fiquem a dar berros, a gente anda p’rá frente. A força de vontade é que faz tudo”. No livro “A SAFRA”, na página 22, à esquerda. em cima vem publicado ARTES PEQUENAS e na direita HISTÓRIA e diz no texto a começar: “Pode dizer-se que, em todo o litoral entre Douro e Vouga, os pioneiros da faina marítima e os iniciadores do povoamento foram os pescadores de Ovar. Não lhes bastando o trabalho no Furadouro, estabeleceram colónias ao norte, nomeadamente em Espinho e a sul iam lançar redes em frente de S. Jacinto e da Torreira. Eram eles quem tinha a experiência das artes da pesca, da manufatura das redes e da construção dos barcos”. A foto é do próprio livro.
P.S- Para terminar direi que, um pouco depois da Santa Casa de Misericórdia de Vagos, mas do lado esquerdo abriu a CAMILAR-SERVIÇOS DE LIMPEZA, que trata de limpezas, cuida de idosos e faz serviços diversos e tem à frente dos seus destinos as sras. Sara gerente e Paula, a cuidadora, a quem desejo as maiores felicidades.

João dos Santos Ferreira

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