ECO DA SANTA CASA

Na CAR, já estamos de férias? Não, continuamos a fazer coisas …

A vida é uma roda em constante rotação. Na Casa de Acolhimento sentimos este movimento de uma forma mais intensa do que nas outras famílias, acreditamos nós. Ainda estão nas lembranças frescas, como foram as férias de Natal e a azáfama da festa, do jantar, da compra das prendinhas, do levar algumas meninas a casa da família, e já passámos a celebração do dia dos namorados, do carnaval, do dia do pai, do dia da mãe, das férias da Páscoa, o nosso primeiro acampamento, o festejar de 10 aniversários (ainda nos faltam outros 10…) para estarmos novamente a concluir mais um ciclo de vida escolar.
A conclusão da escola, na nossa, casa não significa verdadeiramente férias… senão vejamos, o calendário escolar anunciou o fim, mas temos meninas a prepararem-se para os exames do 11.º ano e do 9.º ano. Algumas, em cursos profissionais, ainda se vão manter pela escola durante o mês de julho e só depois podem saborear o dormir até não querer mais… um grupo jeitoso, está a fazer as suas experiências de estágio fora do ninho. Algumas ficaram por perto de casa, outras por Aveiro. A maioria voou para longe, desceram até ao Algarve e outras estão agora na Ilha da Madeira. Benditos telemóveis que nos ajudam a manter a proximidade para saber como estão e para ajudá-las a resolver aquelas pequenas grandes dúvidas que lhe surgem quando ficam por sua conta e risco e têm que saber responder responsavelmente.
Nas intermitências das férias estamos já a realizar atividades que ocupem de forma divertida e saudavelmente as nossas jovens.
Foi assim que na semana passada conjugando todas as disponibilidades das nossas meninas, para sermos muitas, respondemos com um enorme sim ao desafio da Ferneto. Fomos aprender a fazer pão, nas modernas instalações na zona industrial de Vagos. Fazer pão é juntar, nas doses certas, farinha, água, sal e fermento, meter ao forno e já está … parece… A tarde passada na padaria da Ferneto foi muito mais do que isso. Visitamos as instalações para perceber como se fazem as máquinas que estão espalhadas pelo mundo inteiro. Ouvimos a história do pão desde a sua ancestralidade e depois de uma forma moderna, metemos a farinha na amassadeira e logo de seguida metemos as mãos na massa para com a farinha fazer arte. Entrançamos pão, fizemos decorações com sementes, desenhamos à faca os relevos que haveriam de dar formas especiais ao pão, tornando-o lindo e apetitoso aos olhos. Devidamente enfarinhadas e para dar tempo à fermentação da massa, chegamos à hora do lanche que nos foi oferecido e tinha umas natas e uns croissants divinais. Com a barriga a rebentar e a massa fermentada a tarefa foi meter o pão no forno e deixa-lo alourar até sair crocante. A tarde ainda não tinha acabado! Faltava aprender a fazer aqueles croissants húmidos e bons que estavam na nossa barriga. Voltamos à massa e à manteiga, muita manteiga e muitas voltas e dobras e mais dobras, para que fiquem com aquele aspeto folhado. Bem dobrada, com a ajuda das máquinas passamos ao corte dos triângulos que haveriam de ser croissants depois de enrolados e metidos no forno.
O pão que fizemos e o cheirinho a pão quente veio connosco. Não imaginam como ficamos orgulhosas das nossas obras de arte em massa de pão. Quem não foi ficou com pena e vamos ter que ir lá outra vez …
Obrigado Ferneto, pelo acolhimento, sentimo-nos em família.
Casa de Acolhimento Residencial

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