ECO DA SANTA CASA

Outubro trouxe duas estagiárias à CAR

Como muitos já sabem somos uma casa de acolhimento que recebe 20 adolescentes entre os 12 e os 18 anos, mas existe sempre espaço para pequenas flutuações e neste momento a mais nova tem 11 anos e a mais velha tem 19 anos. É fácil adivinhar que os dias nesta casa podem ser coloridos por muitos matizes, do mais negro ao mais colorido, mas dizer assim é fácil, viver esta realidade, todos os dias, é outra história (às vezes muito bonita…).
O adolescer, por si só, já é um processo repleto de desafios, dúvidas e descobertas. Agora, imaginem atravessar esta fase da vida dentro de uma casa de acolhimento. Aqui, as jovens vivem no trapézio das emoções, balançando entre o desejo de ser e pertencer, e o peso das suas próprias histórias. Cada uma carrega consigo uma mochila invisível, mas pesada, feita de perdas, rejeições, amores e desamores, perguntas sem resposta e feridas que o tempo ainda está a tentar sarar. E é nesse cenário que o nosso papel se constrói, a cuidar, a apoiar, a acompanhar e a acreditar. Cuidar assim não é simples. É um exercício constante de empatia, paciência e escuta. Precisamos atender às suas necessidades individuais, compreender os tempos e as dores de cada uma, e ao mesmo tempo cuidar do grupo, promover a convivência, fomentar a solidariedade e fortalecer os laços que as unem. É um equilíbrio delicado, quase uma arte, entre o acolher e o orientar, o compreender e o corrigir, o proteger e o preparar para o mundo.
Sabemos que nenhum curso teórico é capaz de ensinar a sensibilidade e o bom senso que o trabalho com esta população exige e por isso acreditamos no valor da prática e da partilha de experiências. Porque consideramos muito importante a formação profissional de quem trabalha com esta população, neste momento, a nossa Casa de Acolhimento Residencial (CAR) tem o privilégio de receber duas jovens em estágio curricular, a Daniela, da área da Educação Social, e a Carolina, da área da Psicologia. Acreditamos profundamente que esta experiência será transformadora para todas as partes envolvidas. Nós, enquanto instituição, beneficiamos da energia, dos conhecimentos e da inovação que as universidades oferecem. As estagiárias, por sua vez, têm a oportunidade de viver de perto a realidade dos jovens em risco, num contexto que desafia, ensina e sensibiliza. E, claro, as nossas adolescentes ganham também com duas novas (quase) técnicas que chegaram para apoiar, para cuidar e caminhar ao lado delas neste percurso de crescimento. Mais do que um estágio, este é um processo onde todos iremos aprender, ensinar e evoluir.
Bem-vindas, Daniela Batista e Carolina Ascenso!
Que esta etapa seja rica em descobertas, aprendizagens e humanidade!

Casa de Acolhimento Residencial

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