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Atualmente, é cada vez mais comum vermos crianças a utilizar dispositivos eletrónicos no seu dia a dia. Estes podem ser ferramentas úteis na educação e no entretenimento, desde que utilizados com moderação. Quando utilizados em excesso, podem ter um impacto negativo no desenvolvimento infantil.
Segundo a Sociedade Portuguesa de Neuropediatria, a exposição excessiva a ecrãs está associada a várias consequências, como a obesidade, dificuldade em focar a atenção, atraso do desenvolvimento da linguagem, baixo rendimento escolar, distúrbios do sono, isolamento social, perturbações do comportamento alimentar, depressão e ansiedade.
As recomendações da Sociedade são claras: até aos 2 anos, deve evitar-se totalmente o contacto com ecrãs tácteis, após essa idade, o tempo deve ser limitado a 1 a 2 horas diárias, sempre com supervisão ativa. O uso durante as refeições, no período antes de dormir ou para controlar birras é desaconselhado, por comprometer a qualidade do sono, as interações familiares e a criatividade. Em crianças mais pequenas a visualização deve ser sempre de material educativo e acompanhada por adulto.
O papel dos pais ou cuidadores é essencial: dar o exemplo, definir rotinas saudáveis e privilegiar experiências ao ar livre, fundamentais ao desenvolvimento cognitivo, emocional e relacional.
Ana Sofia Morais, médica interna na USF Senhora de Vagos