Tem a Palavra a Mesa
Chegados ao mês de novembro, abraçamos a lembrança de todos aqueles que partiram, muitos deles, que de nós cuidaram e nos deram o Ser que hoje somos. Choramos e fazemos justiça à palavra SAUDADE.
Porém, no dia 5 de novembro, celebramos O Cuidador Informal. É a data oficial que nos deve exigir respeito e profunda admiração por todos quantos, assumem a função do Cuidar, com tudo o que o significado desta palavra contém.
Aquele que, confinado no espaço e tempo, no tempo de outro que dele depende, se desgasta e, não raras vezes, anula a sua essência, merece ser saudado com o respeito e reconhecimento que esta função/missão exige.
Nem todos somos chamados a esta função e muitos duvidamos da capacidade para o fazer.
A exigência física e mental que o Cuidador tem que ter, faz com que se descubram forças que até então eram desconhecidas.
Por mais escalas que se apliquem para apurar o grau de desgaste dos Cuidadores, parece-me que, é no final de cada dia, que o Cuidador agradece ter conseguido um dia mais, contemplando as suas capacidades, ainda que desconheça se, na manhã seguinte, tem energia para voltar às suas funções.
Desde aquele que Cuida profissionalmente, e substitui quantos que, por razões várias e tantas vezes respeitadas, não sabem ou não podem assumir, aos que, no seio da família, avocam a incumbência do Cuidar, em toda a abrangência que tal exige, o reconhecido agradecimento.
Quando falamos em Cuidadores “familiares”, que acompanham as 24 horas do dia, aceitando o que os sentidos do outro provocam…cada sussurro, cada queixume, ou simplesmente o braço que se pede para apoio. Quanta exaustão e alguma vergonha de se assumir cansaço por considerarmos ser obrigação.
Somos o que somos, fruto do que fomos e da maior ou menor garra que conseguimos colocar nos dias que já passámos.
A todos que, como eu cuidamos, o meu profundo reconhecimento e alerta para o limite que temos. Saibamos pedir ajuda, para Cuidando de nós, sabermos Cuidar bem do Outro.
Teresa Gaspar
Mesária