ECO DA SANTA CASA

A tecnologia e o cuidar dos nossos ascendentes

Happy senior man dancing while listening to music with headphones - active old people and enjoyment

Tem a Palavra a Mesa
A percentagem de população idosa está a crescer não só pela redução do número de nascimentos, mas também pelo feliz aumento da esperança média de vida. As dinâmicas socioeconómicas das últimas décadas levaram a maior mobilidade geográfica e a um progressivo aumento do número de pessoas de cada agregado familiar a trabalhar fora de casa. Todos estes fatores levam a que pessoas idosas deixem de ter em casa os cuidados que tradicionalmente tinham por parte dos seus familiares.
A abordagem massiva deste problema tem sido feita até hoje pela criação de instituições que oferecem serviços de cuidados aos mais idosos através de uma abordagem mais profissional e especializada. Em paralelo tem-se também assistido ao aumento de serviços de apoio domiciliário para pessoas que, não estando já no uso de todas as suas faculdades físicas, podem ainda permanecer nas suas residências beneficiando desses mesmos serviços e usufruindo do seu ambiente.
O futuro vai trazer-nos grandes desafios nesta área sobretudo pelo crescente número de pessoas que necessitará de algum tipo de apoio, sendo que os recursos humanos e financeiros não são infinitos. Virá a tecnologia ajudar-nos a resolver este problema?
Os dispositivos médicos e de rastreamento geral começam a invadir o mercado e vão desde os mais vulgares “smartwatches” para monitoria de sinais vitais até detetores de quedas, passando por toda uma domótica capaz de transformar uma habitação numa entidade tecnológica capaz de facilitar em muito a vida de quem já não tem toda a força e destreza de há uns anos. A acompanhar começam a aparecer robots com capacidade de executar algumas funções até há bem pouco tempo reservadas a seres humanos e no topo de tudo isto poderemos começar a ter alguma inteligência artificial.
A realidade virtual também está aí para ajudar na recreação de ambientes e estimulação cognitiva, as redes de telecomunicações têm hoje um desempenho impensável há 3 ou 4 décadas atrás e a cobertura de território começa a ser suficientemente densa para que se possa utilizá-las de um modo quase ininterrupto no tempo e sem descontinuidades geográficas. É todo um mundo que se apresenta à nossa frente e que com certeza evoluirá fortemente nos próximos anos.
Não nos esqueçamos no entanto que toda esta tecnologia, sendo facilitadora, nunca substituirá a interação humana.
Fernando Morgado
Mesário

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