EFEMÉRIDE

A humanização da medicina

Efeméride

SAÚDE PARA TODOS. Inaugurado a 9 de março de 1990, pelo secretário de Estado Adjunto do Ministro da Saúde, o novo Centro de Saúde custou 80 mil contos e foi benzido por D. António Marcelino, bispo de Aveiro. Albino Aroso, que veio a Vagos acompanhado pelo diretor-geral das construções hospitalares, Moutinho dos Santos, e presidente da Administração Regional de Saúde de Aveiro, Lopes de Almeida, defendeu a ideia de que «a humanização da medicina passa pela construção de novos centros de saúde, em detrimento dos grandes hospitais». «É de instituições como estas, que esperamos ver resolvidos os problemas de saúde no país», sublinhou, admitindo que os hospitais representavam uma «autêntica barreira entre o cidadão e os médicos». Eram mesmo «responsáveis» pela «despersonalização» do próprio doente.
No decorrer da sessão solene, o secretário de Estado destacou, ainda, a ação do médico no centro de saúde, especificamente em contacto com o utente. Uma atividade «nem sempre bem entendida, até pelos colegas hospitalares», acrescentou. Referindo-se ao papel da autarquia, que cedera terreno para a construção da nova unidade, disse que o progresso só é possível «com o dar de mãos entre o poder local e central». Uma cadeia de solidariedade que «não envergonha Portugal junto dos seus parceiros da Europa».
Elogiando o programa «Saúde para todos», o presidente da câmara considerou «positiva» a res¬posta dada às populações, com a inauguração na sede do concelho, e postos médicos em duas freguesias. «Se a saúde é uma ambição natural, então esta política carece de continui¬dade», advertiu João Rocha, fazendo notar que «há algumas freguesias, que distam, entre si, mais de uma dezena de quilómetros».
Solicitaria, ainda, a intervenção de Albino Aroso para a fixação de mais duas farmácias de apoio, convicto de que que Vagos «vai rasgando o progresso, construindo uma terra ávida de se dar, que é sempre o melhor de si, e pouco ou nada pede em troca”. A comitiva deslocou-se, ainda, a Soza, para inaugurar o posto médico, benzido pelo Pe. Fernando Pinto. Tal como em Vagos, foi servido um beberete. Em Covão do Lobo, onde foi servida refeição ligeira, a bênção foi feita pelo Pe. Manuel Marques.
REINAUGURAÇÃO. Aconteceu a 12 de outubro, agora sem pompa e circunstância ou qualquer representação política, já com a presença Ferreira de Carvalho, que na altura era Delegado de Saúde de Vagos. Aquando da vinda do secretário de Estado, o médico estava em Lisboa, e apenas teve conhecimento mais tarde. A 2ª inauguração juntou, em confraternização, a totalidade dos médicos, administrativos e pessoal de enfermagem. Não apenas da unidade de Vagos, mas também das outras extensões que funcionavam no município. Anuindo ao convite, estiveram, ainda, presentes o presidente da Comissão Instaladora da Administração Regional de Saúde (ARS), Lopes de Almeida, os médicos Cândido Vaz e Jorge Campino, (vogais, médico e administrativo daquele organismo), que quiseram, deste modo, conferir cunho oficial à iniciativa, considerada inédita. Presenças simpáticas, ainda, de Frederico de Moura, antigo Delegado de Saúde local, e outros médicos que já tinham prestado serviço em Vagos.

Eduardo Jaques

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