OPINIÃO

Falar no jogo de malha do passado aos nossos dias

O CANTINHO DE JOÃO FERREIRA
Recentemente na manhã de um sábado fui com meu neto Tiago e a esposa Ana assistir a parte de um torneio de malha que se realizou na pista de “Os Amigos da Malha”, na Carvalheira do concelho de Ílhavo. A Carvalheira é conhecida por “Catedral da Malha” uma vez que ali teve dos melhores jogadores de malha do País, uma vez que os Sousa, pai e filho, Júlio e Cândido já uma vez venceram na cidade da Guarda onde estavam competindo jogadores de todo o País, com equipas de 2 elementos.
Lembrarei também jogadores daquela localidade ilhavense, tão dedicados a esse jogo, como o sr. José Rebola, natural da Carvalheira que, estando emigrado no Brasil até chegou a trazer de lá um equipamento para 11 jogadores, que eram antigamente os que formavam uma equipa, quando atualmente, em torneios, jogam equipas de 3 elementos, como foi o caso deste torneio e de “Os Amigos da Malha”, em que se jogou na pista, 10 horas seguidas, no sábado e o restante do torneio no domingo.
No Torneio realizado pelos “Amigos da Malha” estiveram ali jogadores de várias localidades que, nestes torneios nunca falham, como o António Isaac, de Vagos, filho de um excelente jogador do passado, que era o melhor de todos daquele tempo, também Isaac de nome, com o Carolino, outro excelente jogador, quando até jogavam no largo conhecido de José Maria Matos, onde se disputava durante a tarde de um domingo um galo, que era ganho pelo jogador que, com 10 malhas mais vezes seguidas acertasse no “bicho”, como era conhecido o que hoje se chama pau mas na realidade tem o verdadeiro nome de fito. Disse que iria referir os jogos de outrora, quando se jogava com equipas de 11, como no futebol e os campos eram nas “Ramolhas” em Vagos, hoje Rua de Santo Isidro, ou no beco designado das Maias, que mais tarde foram para o Brasil. Jogava-se aí pois não havia habitações em qualquer dos locais.
Assisti também, em tempos a um torneio na Carvalheira, em que os jogos foram num terreno da Ermida em que os jogadores desse tempo já estão todos ou quase todos do “outro lado”. Nessa altura
até o conceituado industrial, o sr. José Teixeira, filho, trouxe do Brasil medalhas para dar aos vencedores, que depois foram festejar todos ufanos no então Café Pátio, que também tinha pista de jogos.
Lembrei jogadores de outrora e lembrarei outros como o José Mário Rebola, filho do que trouxe os equipamentos do Brasil, lembrarei os Bodas o Mário Antunes, o “Virgininha”, os Sousa, que eram 4 a contar com José, Júlio, Carlos e Manuel Cândido filho de Júlio que agora com os restantes da equipa venceu o torneio, segundo me disseram.
No passado havia torneios de jogos de malha por toda a parte e vou lembrar o Campo de Futebol, na Lavandeira, onde também eram vedetas os Ribas, de Salgueiro e outros. Eu tenho até aqui no computador onde estou a escrever, fotos de equipas em torneios diversos, um dos quais junto ao templo novo da Ermida, concelho de Ílhavo, onde até o antigo presidente Ribau Esteves, hoje da Câmara de Aveiro, na altura presidente da Câmara de Ílhavo foi ali no decorrer de um torneio realizado no designado “Dia de Portugal” (10 de junho).
Neste torneio a que agora assisti em parte e até ali almocei com meu neto e a esposa deste, pois a pista também tem restaurante, onde comeram muitos dos jogadores ou todos eles, andavam jogadores no torneio com muitos anos, como por exemplo os srs. João Reinaldo Russo e António Isaac e outros que apenas conheço de vista. Eles acham que o jogo de malha faz muito bem à saúde, o que é verdade.
E por falar no sr. João Reinaldo Russo lembrarei a sua herdade, chamada a “Ronqueira”, onde se jogava a malha e onde também fui e até dormimos de sábado para domingo.
Vou publicar neste trabalho 2 fotos do torneio, que foram da autoria do meu neto Tiago.
Muito mais haveria a contar acerca dos jogos de malha, mas o espaço de que disponho não consente escrever muito mais.

João dos Santos Ferreira

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