Rui Cruz assume intenção de apostar em habitação a custos controlados, em dois lotes que são propriedade da autarquia
Rui Cruz, presidente da Câmara de Vagos, pretende construir, ao longo do atual mandato, mais de 40 fogos habitacionais, para venda a custos controlados. De modo a tornar a ideia possível, pretende ocupar dois lotes de terreno – um na Gafanha da Boa Hora e outro em Vagos –, que são pertença da autarquia. A intenção foi assumida pelo autarca, recentemente, em declarações à agência Lusa.
“A Câmara é proprietária de dois loteamentos que têm espaço para dezenas de fogos. Provavelmente, mais de quatro dezenas. Mais para venda a custos controlados do que propriamente para arrendamento acessível. Penso que isso é possível nos próximos quatro anos”, avançou Rui Cruz, àquela agência noticiosa.
Nas mesmas declarações, o edil vaguense frisou que, no seu entender, Vagos não tem carências em termos de habitação social. Aquilo de que o concelho precisa, frisou, é de “entrar numa nova geração de políticas de habitação”, a que chama de “habitação municipal, para distinguir da habitação social”. “Falo de construção de habitação para venda a custos acessíveis ou a custos controlados e de arrendamento acessível, mas mais venda a custos controlados do que propriamente arrendamento”, concretizou.
Segundo Rui Cruz, a resposta que a Câmara tem em mente é destinada especialmente a jovens casais que trabalham, mas que não conseguem comprar casa, devido à situação atual do mercado imobiliário, muitos dos quais têm de regressar a casa dos pais. E, para o autarca, o projeto de arquitetura dos fogos em causa pode mesmo vir a ser desenvolvido pelos técnicos da autarquia.
O investimento necessário para a construção das habitações, ainda não está definido, mas essa não parece ser uma preocupação para Rui Cruz. “O Banco Europeu de Investimento tem uma linha específica para habitação municipal e o município tem capacidade de endividamento. Por isso, acho que é possível realizar ao longo do mandato. Então, se for na modalidade de venda a custos controlados, é mesmo possível”, assegurou, citado pela Lusa. O edil tem em vista, também, os instrumentos financeiros que venham a ser disponibilizados pela Comissão Europeia. “Existirão medidas, provavelmente a fundo perdido, para esse efeito, o que vai facilitar a vida aos munícipes que queiram avançar com esta modalidade de construção de habitação municipal, a custos controlados ou arrendamento acessível”, frisou.
Para responder aos problemas de habitação em Vagos, além da construção dos fogos em causa, Rui Cruz defende também que passe a haver mais celeridade nos licenciamentos, assim como a redução de custos dos mesmos. “Andámos 14 anos a rever o PDM [Plano Diretor Municipal]. Aumentámos os perímetros urbanos para 98 mil habitantes e não soubemos potenciar. Há terremos que têm valor, mas que continuam a não ser vendíveis para construção, porque não há acessibilidades: é preciso abrir caminhos nos perímetros urbanos”, constatou, ainda, o líder do município.
S.F.
