EFEMÉRIDE
LUZ VERDE. A sessão da Assembleia Municipal debatia o orçamento para o ano de 1989. Na discussão plenária poucas foram as vozes discordantes, embora sentissem naturais preocupações sobre o futuro turístico da região. A proposta camarária mereceria, contudo, algumas críticas, nomeadamente quanto à forma de venda direta, por convite a empresas de reconhecida idoneidade, o que foi entendido como oportunidade do ponto de vista negocial.
Uma proposta para a venda do parque de campismo, foi defendida com «particular empenhamento», por parte do presidente da Câmara de Vagos – tendo passado na Assembleia Municipal sem qualquer voto contra dos deputados. A aprovação fez com que Armindo Sequeira (PPM) rendesse a pública homenagem à antiga presidente, Alda Victor, pela coragem «que demonstrou na construção naquele empreendimento que tão bom nome deu a Vagos e à região».
Grande preocupação do executivo, em virtude do campismo de momento dado em concessão à Orbitur, não estava a dar rendimento previsto, ao investimento realizado. A venda do referido empreendimento «iria permitir a realização de diversas infraestruturas». Que a gestão camarária considerava de primordial «importância para a estabilidade do concelho». Na discussão da proposta, apresentada pelo presidente João Rocha ao executivo, que aprovou por maioria com voto contra de Alda Victor. O plenário trouxe a terreiro algumas dúvidas, em particular quanto à idoneidade e perfil das empresas interessadas em entrar na corrida.
Segundo João Rocha, que se escusou abordar a questão de alguns deputados, a venda do parque começava a ser «a necessidade dadas as circunstâncias financeiras que se revestiam o aluguer à Orbitur». O autarca confiava a opinião de que Vagos sairia perdedor da transação, porque o «parque de campismo será sempre do concelho, e a aplicação do montante da venda para infraestruturas urgentes».
Por alguns deputados foi mencionado que um gabinete que presta apoio à câmara, e que outrora quisera ficar com a concessão do parque. Estaria, agora, afirmado em concorrer pelo que a proposta camarária, não prevendo o concurso público, mas sim o convite direto, poderia então levar a suspeições desnecessárias. Após alguma controvérsia, a proposta sofreu alterações sendo a venda feita por concurso público, reservando-se o município, a admitir apenas empresas de reconhecia idoneidade. A base de licitação será 200 mil contos, quando a proposta camarária apontava apenas por 150 mil.
No final, a votação daria confortável margem a favor da transação – quinze votos a favor e três abstenções. A venda do Parque de Campismo da Vagueira seria feita mediante concurso publico e a base de licitação e de 200 mil contos. Verba que à partida se poderia considerar diminuta para os custos iniciais do empreendimento. Na sua declaração de voto, o deputado Jorge Oliveira (PS) lembrou tal solução mesmo do tempo da presidente Alda Victor. «Pena é que nunca tivéssemos sido acompanhados os nossos propósitos, sem prejuízo para o concelho», mencionou.
Eduardo Jaques
