EFEMÉRIDE

Casa mortuária gera polémica em Vagos

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CAUSAVA DIVERGÊNCIAS. Abaixo assinados não atrapalhavam, em resultado de um grupo de católicos que pretendiam trazer de volta os funerais para as dependências da Igreja Matriz, onde tais cerimónias já se realizavam. Foi dado a conhecer, pelos subscritores de uma carta remetida ao pároco, na qual era solicitada a utilização das instalações da igreja, em detrimento da Capela da Misericórdia. «A matriz tem salas destinadas a fazer funerais, após a sua edificação», adiantaram os subscritores da carta, que reconheciam serem muitos os inconvenientes para a realização dos velórios da Capela por não terem as condições mínimas.
Faltavam instalações sanitárias, capacidade de estacionamento seguro e embaraçamento do trânsito na EN 109, ou ainda incómodo durante o Inverno. Após ter auscultado a opinião da generalidade da população, João Augusto Frade e Tiago Custódio Sarabando, dois dos subscritores da carta, voltaram a avistar-se com o pároco, a quem explicaram de novo os motivos da sua pretensão. Desta feita levaram consigo meia dúzia de paroquianos, numa tentativa de pressionar a vontade do responsável paroquial.
Recebidos na sacristia, viram de novo recusados os seus argumentos, e ouviram da boca do Pe. Teixeira das Neves a ameaçar de que entregaria as chaves à entidade eclesial, se fosse forçado a transferir as cerimónias fúnebres para a Igreja Matriz. Face a nova recusa, o movimento contestatário subiu de tom, podendo mesmo chegar ao Paço Episcopal.
Acusada de ser a principal «responsável», pela polémica desencadeada na paróquia de Vagos, a Imprensa acabou por ser o «bombo da festa». Comunicação do Bispo de Aveiro que, antecipando-se ao movimento contestatário, defendeu que a Igreja não pode servir para depósito de cadáveres. D. António Marcelino, que marcou presença da missa vespertina e celebração dominical, teve um convidado muito especial, o vereador da Câmara Manuel Augusto Domingues.

ACUSAR JORNAIS. Foi à Imprensa que o Bispo de Aveiro dedicou parte da sua comunicação, ao criticar a forma «anormal» como a mesma tratou do assunto das cerimónias fúnebres, que tem apaixonado a opinião pública. Acusando os jornais de tratarem com «excessivo empoamento tais notícias», D. António Marcelino frisou que eles foram responsáveis, em parte, pela degradação das relações entre a comunidade local.
Noutro tom, referindo à atuação do Pe. Teixeira da Neves, à frente da paróquia, o Bispo manifestou-lhe total solidariedade e não deixou de enumerar tudo quanto, nestes últimos anos, tem feito em Vagos. Destaque especial dado ao Santuário da Nossa Senhora de Vagos, cujo empenhamento do pároco tem sido de limitação sem limites, a avaliar pelo incremento que o Santuário tem sido. Não apenas a nível local e regional, como também a nível nacional. Esqueceu-se, contudo, o Bispo de Aveiro de frisar que os apoios da autarquia têm sido bastantes e que sem eles seria (quase), impossível de realizar a obra que ali tem sido feita.
Na sua comunicação, D. António Marcelino deixou bem claro a sua posição, no tocante à polémica criada com a casa mortuária – a Igreja não vai permitir que os funerais se realizem nas suas instalações, uma vez que esta não pode servir para depósito de cadáveres. Historiando os passos da construção da nova Igreja, o Bispo frisou que a mesma não foi dotada para sala mortuária – «se quiséssemos hoje ali fazer uma casa mortuária, por certo não seríamos autorizados pelo Delegado de Saúde».

Eduardo Jaques

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