DESPORTO

A emoção no Desporto

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Desporto
Porque será que o desporto de competição atrai tanta gente? Porque será que o desporto desperta tantas e tão profundas paixões? Porque será que provoca tanto interesse, tanto mediatismo, tanta audiência? Lembremo-nos dos 7 canais pagos da Sport TV, da Eurosport, dos 3 jornais diários desportivos, das transmissões semanais de jogos em canais generalistas de televisão e nos painéis de debate e comentário, em todos os canais de televisão.
Os meses de maio e junho, correspondem ao final da época desportiva, a fase decisiva em que terminam os campeonatos das várias modalidades, de vários escalões e de ambos os géneros. É o tempo de ganhar e de perder, de subir e de descer (de divisão), de terminar contratos e carreiras. É o tempo em que redobra o interesse e a paixão pelo desporto de competição. É o tempo das grandes emoções.
De facto, vivemos num mundo de racionalidade, pleno de problemas, num mundo cada vez mais difícil, seja nas dificuldades que nos afetam mais diretamente, seja nos grandes problemas que se manifestam ao nível global.
Duma forma geral, orientamos toda a nossa vida pela racionalidade, que é a capacidade de pensar, de analisar, de compreender e de ponderar, permitindo a tomada de decisões baseadas na lógica e no conhecimento e evitando decisões precipitadas. Mas a racionalidade, por si só, não nos preenche totalmente: falta a emoção, que são os sentimentos intensos, as reações imediatas, fisiológicas e que, quase sempre, escapam à razão.
É aqui que entra o desporto de competição, como desencadeador de emoções, normalmente associado à identificação com um clube desportivo. Por si só, não se trata de um sentimento negativo, muito pelo contrário, porque necessitamos todos de viver com (alguma dose de) emoção. Mas, muitas vezes, as emoções são de tal maneira intensas que podem mesmo levar à irracionalidade.
É positivo identificarmo-nos com um clube desportivo, é positivo vivermos a sua carreira com emoção, sentirmos com intensidade as suas vitórias e as suas derrotas. Mas torna-se negativo quando a emoção é tão forte que gera a irracionalidade que, muitas vezes, desencadeia a violência e outos comportamentos social e criminalmente punidos.
Neste final de época desportiva foi muita a emoção. Mas muita dessa emoção ultrapassou o razoável, aquela dose qb de que todos necessitamos. E isso é profundamente negativo.
A razão e a emoção são entendidas como sentimentos opostos; mas bom seria que fossem praticados como sentimentos complementares, com existência conjunta, no mesmo momento e na mesma pessoa.
Por tudo quanto foi dito, bom seria que todos vivêssemos o desporto com emoção, mas apenas com a dose certa. Nada de clubismos exacerbados.
Paulo Branco

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