ECO DA SANTA CASA

A Era da Inteligência Artificial

Tem a Palavra a Mesa
Estamos a entrar numa era em que se fala da chamada Inteligência Artificial (IA) por tudo e por nada. Em todos os campos de desenvolvimento científico e tecnológico não há programa de estudos que não refira a IA como a “pedra de toque” para a evolução.
Efetivamente o enorme aumento da capacidade de computação de uma simples máquina potenciada pela estrutura intercomunicativa em rede de muitos milhares de máquinas leva-nos à possibilidade de lidar com enormes quantidades de informação. Desde que bem interrelacionada, toda essa informação pode desembocar em conclusões que levariam imenso tempo a serem alcançadas por um ser humano, não só porque não teria facilmente acesso a toda a informação que permitisse essas conclusões, como não teria a presença de espírito para a usar de uma forma rápida, coordenada e não omitindo detalhes.
Até aqui a IA foi entrando nas nossas vidas “de mansinho” e embora de uma forma embrionária ela já é percecionada por todos, nalguns tipos de atendimento automático mais elaborado. A IA como um método de interação que permite que uma máquina aprenda com essa interação e atualize a sua ação de acordo com isso é extensível a quase todas as áreas e atividades.
Um dos campos que toca a todos e onde se esperam grandes avanços com a implementação de IA é o da saúde. Desde há algumas décadas que a tecnologia vem auxiliando neste campo com a introdução de meios de diagnóstico que eram impensáveis anteriormente. Em conversas ocasionais com experientes profissionais da área é comum referirem noites passadas em claro a matutarem em diagnósticos mais complexos, precisamente por não terem acesso a meios que hoje lhes evitariam essas insónias.
A inteligência artificial é só mais um auxiliar importante na interpretação dos resultados desses meios de diagnóstico, permitindo soluções de tratamento personalizadas e mais eficazes. No entanto ela não vai substituir os profissionais, que estarão sempre no topo da pirâmide com a sua visão global, acrescentando a sua interação humana com alguma dose de compaixão, que em muitas circunstâncias é tão necessária e que, para já, não vejo que nenhuma máquina possa substituir.

Fernando Morgado
Mesário da SCMV

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