Agora, já na velhice …
Fomos mulheres de luta, oriundas de um tempo em que as obrigações se sobrepunham, em muito, aos nossos direitos.
Casávamos muito cedo, muitas de nós nem à escola fomos…Na maioria, somos mulheres da agricultura, da terra, de trabalho, de muito trabalho!
A agricultura, os animais, a alimentação, a costura, as roupas, toda a vida de casa, a educação dos filhos, … fomos, sempre, mulheres de muitos ofícios e de muitas responsabilidades…
Grandes mulheres!
Grandes mães, na maioria com um “rancho” de filhos…
Naquele tempo, …
Naquele tempo muita coisa era diferente, o olhar sobre a mulher era significativamente diferente…
A nossa condição resumia-se, em muito, ao trabalho e ao papel de MÃE…
De natureza parideira…
Toda a nossa vida girava em torno da criação dos nossos filhos…em uma dedicação e entrega total…o pão que não entrava nas nossas bocas, para alimentar as nossas crias…
Naquele tempo, muita coisa era diferente…no entanto…mãe, é mãe, naquele, neste, e em outro qualquer tempo!
Aquele ser indefeso, pequenino, nu, despido de toda e qualquer autonomia, saído das nossas entranhas, dos nossos corpos, dos nossos corações e das nossas almas…esse é o milagre da vida!… que ninguém explica, sente… quem sente!
A verdadeira metamorfose feminina acontece com o milagre da maternidade…
O milagre da vida!
A partir do momento que se torna mãe, a mulher é outra mulher!
Os laços da maternidade, esses, são intemporais, perduram muito para além de todo o efémero!
Absolutamente visceral, essa ligação de cordão umbilical, que nos liga, a nós, mulheres, mães, parideiras…que nos liga e nos une às nossas crias, aos nossos filhos…numa condição de amor sem fim!
Muitas de nós, hoje, mães, avós, bisavós, algumas até, trisavós…neste cordão umbilical extensível…extensível para lá do corpo físico, extensível para toda a eternidade!
As mães nunca morrem, as mães são para a eternidade!
Mulheres…mães…de ontem, de hoje, para a eternidade!
Bem hajam, todas as mulheres, mães!
Estrutura Residencial para Pessoas Idosas
