Rafael da Silva Ferreira terá ainda de pagar 130 mil euros à mãe da vítima. Foi julgado por homicídio qualificado e profanação de cadáver
O Tribunal de Aveiro condenou Rafael Ferreira da Silva, de 47 anos e residente na Quintã, a 19 anos e quatro meses de prisão pelo homicídio da esposa, Arelys Rojas, de 36 anos. A leitura do acórdão aconteceu no dia 6 de junho e o arguido respondeu pelos crimes de homicídio qualificado e de profanação de cadáver.
O crime aconteceu em agosto do ano passado, na casa onde o casal – ela de nacionalidade venezuelana, ele portuguesa – vivia. Rafael Ferreira da Silva, movido por ciúmes, esfaqueou Arelys Rojas até à morte. Depois, deu conta do seu desaparecimento à GNR, alegando não saber do paradeiro da mulher, quando já havia enterrado o seu corpo num pinhal, junto ao Estradão da Lomba.
Durante o julgamento, o arguido alegou legítima defesa e adiantou que, naquele dia, a discussão com Arelys teria sido motivada pelo facto de a esposa lhe ter confessado que mantinha uma relação amorosa, em segredo, com o genro. E adiantou, ainda, ao coletivo de juízes que foi surpreendido pela mulher, que teria uma faca na mão.
Contudo, a justificação apresentada por Rafael não mereceu credibilidade por parte do tribunal, que deu como provada a generalidade dos factos constantes na acusação do Ministério Público. O coletivo de juízes entendeu que o arguido agiu com o propósito intencional de tirar a vida a Arelys e, por isso, condenou-o a 19 anos pelo crime de homicídio qualificado e a um ano pelo de profanação de cadáver. Em cúmulo jurídico, a pena única foi fixada em 19 anos e quatro meses de prisão.
Desde o momento em que foi detido – alguns dias após o desaparecimento de Arelys Rojas –, Rafael Ferreira da Silva encontra-se em prisão preventiva, ficando agora igualmente detido, enquanto a decisão do tribunal não transita em julgado. O coletivo de juízes condenou-o, ainda, ao pagamento de 130 mil euros de indemnização à mãe da vítima e declarou Rafael como indigno de ser herdeiro da mulher.
S.F.