ECO DA SANTA CASA

As minhas e mais nenhumas!

Mother

Tem a Palavra a Mesa
Maio mês da mãe. Não há melhor mãe do que as que me calharam a mim. Sou uma sortuda.
Mulheres meigas, companheiras, que me fizeram quem sou.
A minha mãe Arminda, “fora de útero”, amou-me como se tivesse nascido de si. Muito me ouviu,
muito me mimou, muito terá deixado de ter para eu poder vir a SER. Mulher excepcional de
quem sinto saudades sempre e recordo a cada momento. Espero que esteja contente por me
ver, e me continue a cuidar (pelo menos assim o sinto).
A minha mãe Zezita, uterina, é um ser fantástico. Nunca nos faltou nada. Uma preocupação
imensa para que pudéssemos ter tudo quanto considerava importante para um
desenvolvimento saudável. A importância que sempre deu à educação… Os sacríficos que
passou (ai quantos), e quanto se orgulha que os filhos estejam bem. Tem assistido às vitórias
(até porque lhe poupamos as derrotas), e alegra-se verdadeiramente com cada conquista.
Sempre a ajudar, sempre a disponibilizar o que pode e tem.
Os netos…ui como gosta deles.
Eu, até uns anos atrás, dizia levianamente “mãe é mãe”. Mas não, mãe não é mãe. Nem todas
as progenitoras têm o dom de ser mães. Nem todas as crianças são beneficiadas com colo e
amor de mãe. Como deve ser cruel o festejar do dia da Mãe, quando a progenitora, não tem os
requisitos de cuidado, proteção e amor exigidos a uma MÃE.
A minha mãe está velhota. A sua mente está a pregar-lhe grandes partidas. A sua segunda casa,
para a qual tivemos que levar, não é a casa onde tinha os seus “cacarecos” do seu modo, mas é
também uma casa de afeto, onde, felizmente, a vejo a sorrir. É o melhor que me pode dar.
Quando não se lembra de comprar as prendas de anos e Natal, recompensa-me com um sorriso
enorme, idêntico a quando lhe digo um disparate ou lhe dou um doce. Tudo a consola, tudo lhe
chega. Nunca reclama nem exige. Mulher educada que se mantém afetuosa com todos os que
agora, também são um pouco a sua família.
Ainda estou em habituação ao seu novo espaço. Olho para a janela da sua casa e parece que
espero vê-la. Ainda tenho medo que me ligue a meio da noite. Ainda não consigo não a visitar
um dia e ficar com receio que se sinta abandonada. Mas sei que está bem. Melhor até.
O meu abraço apertadinho a quem não teve/tem a bênção de ter uma mãe como eu tive e sorte
daqueles que, como eu, foram brindados por mães fantásticas.
E tenho um segredo, não tendo tido filhos, porque o meu percurso a tal não levou, e não
sabendo o que realmente é ser mãe, tenho um amor intenso e inesgotável pelos meus sobrinhos
que adoro e sinto como meus. E eles mimam-me como se fosse uma espécie de mãe de refugo,
que não os teve no seu ventre. E a sorte daqueles miúdos com a mãe que tiveram. Uma mãe
dedicada 100% com um colo do tamanho do mundo.
Porém, não há melhor mãe do que as que me calharam a mim
A Mesária
Teresa Gaspar

Sugestões de notícias