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Páscoa e Demência: Adaptar para Incluir

Easter eggs

A demência é uma condição neurodegenerativa que compromete a memória, o raciocínio e as competências sociais, tornando o quotidiano particularmente desafiante para os doentes e as suas famílias. Em épocas festivas, como a Páscoa, esses desafios podem intensificar-se, exigindo adaptações e uma compreensão acrescida.
Tradicionalmente, a Páscoa é um período marcado pela celebração, renovação e reunião familiar. No entanto, para quem convive com a demência, essas festividades podem assumir contornos distintos. Atividades como jantares de família, caças aos ovos ou celebrações religiosas podem ser de difícil compreensão ou causar desconforto. A perda de memória e as alterações comportamentais típicas da demência podem tornar o ambiente festivo confuso ou mesmo angustiante.
Apesar disso, a Páscoa também pode ser encarada como uma oportunidade valiosa para fomentar a ligação emocional. Gestos simples – um sorriso, uma palavra amiga ou mesmo uma presença tranquila – têm o poder de transmitir carinho e segurança, permitindo que a pessoa com demência se sinta incluída. Celebrar de forma adaptada, com um ambiente mais calmo e atividades sensoriais suaves, como ouvir música, partilhar refeições simples ou relembrar momentos significativos, pode fazer toda a diferença.
Neste contexto, a mensagem de renovação da Páscoa adquire um significado ainda mais profundo. Tal como a ressurreição simboliza novos começos e a superação de adversidades, as famílias afetadas pela demência podem encontrar nesta época forças para continuar o percurso de cuidado, amor e dedicação.
A demência pode transformar muitos aspetos da vida, mas não anula a capacidade de sentir, amar e estar presente. A Páscoa convida-nos a celebrar o que permanece – o afeto, a compaixão e a esperança. Um tempo para valorizar o que ainda é possível e para reafirmar os laços que nos unem, mesmo nos momentos mais desafiantes.

Projeto Memorizar

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