Opinião
O meu reconhecimento à opositora venezuelana Maria Corina Machado, de 57 anos, que ganhou o Prémio Nobel da Paz de 2025. Não falarei de Trump por não lhe reconhecer mérito para o Nobel da Paz.
Para o Comité Norueguês do Nobel, ela é reconhecida “pelo seu trabalho incansável na promoção dos direitos democráticos do povo da Venezuela e pela sua luta por uma transição justa e pacífica da ditadura à democracia”.
Com o passar dos anos, Maria Corina Machado tornou-se a principal voz de resistência ao regime de Hugo Chaves, atualmente liderado por um motorista de autocarro chamado Nicolás Maduro, que governa a Venezuela há décadas.
Nos últimos meses de 2024, Corina Machado enfrentava uma ordem de prisão. Antes disso, já era vista como a “inimiga número um “do chavismo” a opositora que, mesmo nos períodos de maior força do regime, manteve críticas diretas a Hugo Chávez e ao sistema que ele criou. Obrigado, Maria Corina, pelo exemplo de resistência a uma ditadura que torna “pobre” um dos países mais ricos do mundo.
Quero aproveitar o que me resta desta folha em branco para homenagear as mulheres que usam as burcas, não considero como causa maior e prioritária no nosso Portugal estar a PROIBIR …. Proibir em democracia ASSUSTA-ME.
Temos “infelizmente” causas mais importantes para legislar para o bem-estar de todos. Mas a nova onda política de 1933 vai pouco a pouco impondo a sua vontade.
Pode-se gostar ou não da burca, mas em minha opinião, mais importante que o “gosto” é reconhecer, sim, reconhecer às mulheres o direito de decidirem sobre a sua vida, a sua fé e a forma como se expressam.
A nova lei determina a proibição do uso da burca e de outras vestes que ocultem o rosto em espaços públicos. Para mim representa «um ataque direto aos direitos fundamentais das mulheres, à sua dignidade e à sua autodeterminação».
A nova lei é um insulto à sua inteligência e autonomia, sob o pretexto de as defender, esta lei reproduz uma visão paternalista e tutelar, que as trata como sujeitos menores, destituídas da capacidade de autonomia moral e decisão individual, reforçando as mesmas lógicas de subordinação que afirma combater.
Eu defendo que nenhuma mulher deve ser forçada a usar burca nem impedida de a usar, se essa for a sua escolha.
Com as vontades políticas que lideram parte da agenda política não se admirem que hoje proíbam a burca, mas amanhã podem querer proibir «o lenço, o decote, a tatuagem ou o comprimento da saia — sempre em nome de uma suposta “proteção”, que na prática restringe e impõe um modelo único de mulher.
A proposta do omnipresente André Ventura é justificada em nome da “segurança” e da “liberdade das mulheres”, desconhece o seguidor do regime de 1933 que “muito poucas mulheres em Portugal cobrem o rosto”.
As pessoas que concordam com esta lei não estão minimamente preocupadas com o que irá afetar a vida das mulheres que usam burca. Na sua esmagadora maioria são ignorantes que, tal como os fundamentalistas islâmicos, vivem num mundo pequeno da discriminação e do preconceito. É deixar seguir o venturismo e assim se aumenta o desconforto civilizacional.
Voltarei…com um nicabe (niqab).

Joaquim Plácido

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